Agenda do novo século

Mensagem é clara: quem estiver com a cabeça no século XX vai se dar mal

por Fernando de Barros

CANCUN – Foi indescritível a emoção de chegar ao Cancun Messe, local da COP 16, a Conferência Mundial do Clima promovida pela ONU, por estarmos participando de um evento internacional que discute meios de se manter viva a espécie humana na Terra, frente às ameaças do aquecimento global.

A emoção aumenta ao encontrar pessoas vindas de todo o mundo, todo o mundo mesmo: asiáticos comsua discrição costumeira, os africanos com suas roupas coloridas, os europeus e os americanos representados principalmente por pessoas jovens, vários da America do Sul, mexicanos e inclusive habitantes de ilhas ameaçadas de desaparecer – estão todos em Cancun.

A COP 16 é um esforço mundial para reverter uma situação criada pelo homem em especial a partir do século XX, quando passamos a usar e abusar dos combustíveis fósseis como fonte de energia, antes seqüestrada e escondida no subsolo e agora queimada para nos trazer conforto e progresso. E, de outro lado, desmatamos tudo que podíamos sem ter idéias das conseqüências destes atos.

Hoje estamos conscientes dos problemas gerados por estas emissões de CO2, apesar da relutância dos países desenvolvidos, pelo receio de que a redução de emissões comprometam sua economia. Não temos outra opção senão a busca de novas fontes alternativas de energia e a preservação e o plantio de florestas para compensar o carbono já e ainda emitido.

Mas aqui em Cancun, a todo momento, comentam sobre nossas queimadas, nossa principal fonte de emissão de CO2 e a derrubada de nossas florestas. Ficamos, por outro lado, nos questionando: por que eles, americanos e europeus, derrubaram tudo e agora querem nos ensinar o que é melhor para nós?

Estamos vislumbrando, nesta conferência, um mundo novo se abrindo. O mundo do desenvolvimento sustentável, onde os governos dos ricos – agora, um pouco menos ricos – não querem colocar a mão no bolso para ajudar os países pobres a proteger suas florestas. Mas percebemos que, independente dos governos, as empresas estão mudando rapidamente para se adaptar a este novo quadro que se avizinha, buscando implantar programas de redução de emissões de CO2, e participando de projetos para compensar suas emissões.

A mensagem da COP 16 é a seguinte: “Quem ainda estiver pensando com a cabeça no século XX vai se dar muito mal no século XXI”. Ou mudamos nossa forma de agir e de pensar ou ficaremos para trás. E seremos engolidos por aqueles que estão atentos à agenda do novo século.

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