Muitos ainda jogam dinheiro no lixo

Se a quantidade de resíduos for grande, a venda direta para a indústria é um grande negócio

Fernando de Barros

É impressionante como muitos empresários ainda não acordaram para a questão dos resíduos em suas empresas, ainda continuam a pensar com a cabeça no século 20, esquecendo que já estamos no 21. Resíduos nos dias de hoje não são mais ‘‘lixo’’ sem nenhum valor comercial. Valem dinheiro, muito dinheiro. Aquilo que não serve mais a determinada empresa com certeza absoluta é matéria-prima para outra indústria que, por este motivo, pode pagar por ele.

Várias empresas já acordaram para este tema e começam a ganhar dinheiro com a comercialização de seus resíduos que, para terem valor comercial, precisam ser segregados corretamente – se estiverem misturados com outros ou sujos com matéria orgânica, aí sim não valem nada, viram lixo na acepção antiga da palavra.

Para que os resíduos sejam segregados corretamente, as empresas têm que implantar um gerenciamento de resíduos de excelência, com treinamento de seus colaboradores, mobiliário e lixeiras adequados e a implantação de centrais de resíduos, onde são armazenados separadamente, se possível enfardados para sua comercialização.

Se a quantidade de resíduos for grande, em especial de plásticos e papelão, a venda direta para a indústria é um grande negócio, sem intermediários, já que eles pagam bem por estes resíduos, pois são indispensáveis para sua produção.

Isto tudo é verdade. Tanto que na Alemanha, quando você toma uma água mineral, refrigerante, suco ou algumas cervejas, ninguém joga fora as garrafas, pois, dependendo do produto, podemos ter de volta alguns euros no bolso. Isso porque muitas garrafas PET e de vidro são recicláveis e/ou retornáveis e pagamos uma ‘‘caução’’ quando as compramos, que custa entre 8 e 25 centavos. Devolvê-las no lugar certo é única forma de rever o que foi pago. De centavo em centavo você com facilidade pode receber de volta mais de 10 euros.

Na Europa é comum ir ao supermercado com sacolas de compras cheias de garrafas vazias e muitas vezes temos até que enfrentar uma fila para entregá-las a uma máquina especial que as ‘‘engole’’ e, no final, nos dá um tíquete-bônus no valor a ser restituído. Podemos trocá-lo por dinheiro direto no caixa ou simplesmente usar para pagar uma nova compra. Quando não há a máquina (o que é improvável) ou a mesma estiver fora de funcionamento, não tem problema: um funcionário deve contá-las manualmente e devolver na hora a quantia que nos pertence.

Em breve este sistema vai chegar ao Brasil e aí talvez todos se convençam que resíduo é dinheiro, e não mais lixo como achavam nossa avó.

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