Vai ter de provar!

Anunciante que falar em sustentabilidade terá de provar benefícios ao meio ambiente

Fernando de Barros

A sustentabilidade – ou seja, a capacidade de se explorar algum recurso natural sem comprometer as futuras gerações – está na moda. Na área empresarial, todos propagandeiam que buscam a sustentabilidade, que o empreendimento X ou produto Y é ecológico. Ao acessarmos a TV, o rádio, jornais e a internet, a impressão é de que todo mundo se tornou ambientalista. Pena que não seja verdade: na maioria das empresas, a sustentabilidade estacionou no departamento de marketing – e lá ficou.

A apelação é tão grande que levou o CONAR, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária, a alterar o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, dando nova redação ao artigo 36.

Agora, qualquer anúncio que trate de poluição de águas, do ar, das matas e dos recursos naturais, que trate da poluição do meio ambiente urbano, da depredação da fauna, flora e dos demais recursos naturais, da poluição visual dos campos e das cidades, da poluição sonora e dos desperdícios dos recursos naturais, estará sujeito à verificação de que efetivamente o produto anunciado produz efeitos benéficos ao meio ambiente.

A nova redação do artigo 36 afirma que, com a crescente utilização de informações e indicativos ambientais na publicidade institucional e de produtos e serviços, deverão ser atendidos os princípios de Veracidade (as informações ambientais devem ser verdadeiras e passíveis de verificação e comprovação), Exatidão (as informações ambientais devem ser exatas e precisas, não cabendo informações genéricas e vagas), Pertinência (as informações ambientais veiculadas devem ter relação com os processos de produção e comercialização dos produtos e serviços anunciados) e Relevância (o benefício ambiental salientado deverá ser significativo em termos do impacto total do produto e do serviço sobre o meio ambiente, em todo seu ciclo de vida, ou seja, na produção, uso e descarte).

Resumindo: agora, para falar que seu produto ou serviço é ecológico ou sustentável, vai ter que provar, senão estará sujeito à suspensão do anúncio e, pior, a empresa vai passar uma vergonha danada diante de seus consumidores.

Aguarda-se uma mudança de atitudes pelas empresas. Se querem agradar seus consumidores, que passem efetivamente a se preocupar com as questões ambientais, e o façam de maneira efetiva. De blá-blá-blá estamos todos cheios. Precisamos de atitudes concretas. Boa semana a todos!

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