Gestão de resíduos sólidos na União Europeia rende 1% do PIB do bloco
Belo Horizonte – A gestão de resíduos sólidos na União Europeia criou um mercado que emprega 2 milhões de pessoas e rende 145 bilhões de euros por ano, disse ontem (18) a engenheira portuguesa Rosa Novaes, formadora em gestão de resíduos, no 4º Seminário Internacional de Engenharia em Saúde Pública. O rendimento chega ao equivalente a 1% do PIB do bloco, que é formado por 27 países.
De acordo com Rosa, quando as metas pretendidas pela comunidade europeia forem atingidas, o número de empregos gerados deve aumentar para 2,4 milhões, com rendimento de 200 bilhões de euros por ano. “Com o crescimento do mercado, as pessoas que trabalham com lixo passaram a ser vistas como muito importantes para o meio ambiente. Houve uma dignificação dessas carreiras”, disse Rosa.
Para cumprirem as metas do bloco, os países investiram em técnicas distintas.



O Brasil permanece no topo da lista de países que mais retiram embalagens de agrotóxicos do campo: 95% dos potes e galões utilizados são devolvidos para reciclagem. O país também é líder no consumo, utilizando um bilhão de litros de defensivos agrícolas por ano, o que equivale a movimentação de U$S 9 bilhões. De acordo com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), no ano passado, quase 38 mil toneladas foram retiradas do campo, 9% a mais do que em 2011.


A maioria (85%) dos brasileiros que ainda não conta com coleta seletiva estaria disposta a separar o lixo em suas casas, caso o serviço fosse oferecido nos municípios, aponta pesquisa divulgada pelo Programa Água Brasil. Apenas 13% dos entrevistados declararam que não fariam a separação dos resíduos e 2% não sabem ou não responderam. O estudo, encomendado ao Ibope, entrevistou 2.002 pessoas em todas capitais e mais 73 municípios, em novembro do ano passado.
Com o objetivo de orientar os sindicatos empresariais do Paraná a se adequarem à nova legislação estadual que irá regular a prática da Logística Reversa, a Fiep elaborou este material, trazendo esclarecimentos sobre os principais pontos que devem ser observados na construção de uma proposta para atender ao Edital de Chamamento nº 001/2012, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA).
O mau gerenciamento de resíduos sólidos ainda é um grave problema brasileiro. Mas, quando uma postura sustentável é incluída na rotina da empresa, os benefícios são ainda maiores. Para isso, não basta um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) somente no papel. É preciso implantá-lo efetivamente.
O Ministério do Meio Ambiente lançará este mês os dois primeiros editais para criação de acordos setoriais com orientações estratégicas para a implementação da logística reversa de lâmpadas fluorescentes e de embalagens e resíduos de óleos lubrificantes. Previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos, os acordos setoriais criam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, envolvendo desde o fabricante até o consumidor, passando pelo poder público, comerciantes e distribuidores a tarefa de dar a destinação correta para o resíduo.
As contribuições de representantes da sociedade civil, de governos e do setor privado para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) no país serão concluídas no fim do ano que vem. Enquanto isso, os debates municipais e regionais que precedem o encontro, marcado para outubro de 2013, começam em três meses. Mas será apenas durante a 4ª Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNMA), que esses setores vão apresentar, em tom mais conclusivo, as estratégias que já foram incorporadas em suas atividades e as novas medidas que ainda poderão ser adotadas.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) publicou, no último dia 09 de julho, o edital para os profissionais que trabalham com embalagens apresentarem soluções para o sistema de reaproveitamento desses produtos. As propostas serão aceitas até 120 dias a partir da publicação oficial. O texto deverá propor a obrigatoriedade de destino adequado para resíduos sólidos, forma de reaproveitamento e uma disposição final sobre os rejeitos em aterro. O projeto também terá de definir como responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores a implantação destas diretrizes.
O governo do Amazonas, no início de 2011, tomou uma decisão que deu resultado: propôs parceria à Associação Amazonense de Municípios e ofereceu recursos para elaboração dos planos municipais de gestão de resíduos sólidos. Dos R$ 2,8 milhões investidos, R$ 1 milhão são oriundos do Estado e os R$ 1,8 milhão restantes rateados entre 65 das 61 cidades do interior. Destas, 55 já concluíram seus planos que agora precisam ser aprovados pelas respectivas Câmaras Municipais.



