Ética sem hipocrisia na construção civil
A CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção lançou neste mês de maio o projeto “Ética e Compliance na Construção”. A iniciativa é muito oportuna neste momento em que tanto se discute sobre corrupção, especialmente com os escândalos que envolveram grandes empresas construtoras de obras de infraestrutura do país.O projeto da CBIC será dividido em três fases integradas: advocacy, engajamento e materialidade. Em resumo, advocacy é o temo usado para a linha de atuação que busca divulgar e chamar a atenção para o tema. Engajamento já é um passo adiante, que implica no compromisso de todas as partes interessadas. Já a materialidade, por fim, significa a priorização de resultados efetivos e mensuráveis.
Ética sem hipocrisia
A ética é uma parte da filosofia que investiga os princípios que regem o comportamento com padrões de certo e errada para a conduta humana.
O recado do presidente da CBIC José Carlos Martins foi muito claro, no livreto que faz parte da campanha “Ética e Compliance”. Segundo ele, é preciso se comprometer com a “ética sem hipocrisia”, desenvolvendo a ideia de que é errôneo crer que a ética é antagônica ao lucro. O problema está em considerar o lucro como fim em si mesmo e não como meio para atingir os verdadeiros objetivos e anseios das pessoas, que, no limite, são qualidade de vida e felicidade.
Na vida profissional, muitas vezes há uma linha tênue entre o certo e o errado. Para solucionar esses dilemas, é preciso refletir, se questionar. Por exemplo, uma questão que cabe a qualquer empreendimento. “Você se importaria se a comunidade do entorno de um empreendimento acusasse sua empresa de quebrar princípios de responsabilidade socioambiental?”. A resposta é sim, então adotar uma atitude que contraria isso, é antiético.
Anticorrupção e Compliance
A corrupção prejudica o desenvolvimento em diversos sentidos. “Afeta o crescimento econômico, prejudica a competitividade, aumenta os custos e traz grandes prejuízos à imagem das empresas”.
Claro, prejudica também, e muito, a qualidade ambiental, e, por conseguinte, atinge o tripé da sustentabilidade, destruindo seus alicerces. Essa realidade afeta os negócios e a única forma de reverter essa situação é priorizar a ética e o compliance.
No segmento da construção civil, os problemas relacionados à ética envolvem corrupção, falta de saúde e segurança no trabalho, entre outros. Em especial, o potencial de impacto ambiental da construção civil se destaca nesse contexto.
Não respeitar a legislação é antiético e uma ameaça à sustentabilidade. Compliance significa cumprir ou observar todas as normas que regem a atividade empresarial – incluindo toda a extensa legislação ambiental, tão ampla e ainda muito descumprida na prática. Porém, além de cumprir todas as normas, compliance significa também o comprometimento da alta liderança e ações proativas em relação ao combate à corrupção e a gestão de terceiros.
No Brasil, a Lei 12.846/2013, conhecida como a Lei Anticorrupção, reforça a pressão e o combate às práticas antiéticas pelas empresas, pois estabeleceu punições por meio da responsabilidade objetiva da pessoa jurídica.
Uma forma de se engajar na causa é o Pacto Global, uma iniciativa da ONU com o objetivo de mobilizar as empresas para adotarem dez princípios relacionados aos direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Quanto ao Pacto Empresarial, é preciso que as empresas estejam unidas para promover um mercado mais ético e erradicar a corrupção, entendida em seu sentido amplo, como toda prática de nepotismo, suborno, etc.
Quanto ao meio ambiente, as empresas devem prezar pela prevenção, desenvolver iniciativas e incentivar o desenvolvimento e difusão de tecnologias ambientalmente corretas. Além de reagir aos problemas, é preciso prevenir e inovar.Saiba mais sobre a consultoria da Master Ambiental, clique aqui.







