E o clima mudou mesmo, bem que avisaram

Está nas mãos principalmente dos engenheiros adaptar as cidades a este clima louco

Fernando de Barros

Para quem ainda não acredita no aquecimento global, é bom começar a botar as barbas de molho. O clima está muito doido mesmo, isto ninguém pode negar. Quando os cientistas da ONU, mas especificamente do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, afirmavam que o clima estava mudando, que os gases de efeito estufa, em especial o CO2, das queimadas, da descarga de nossos automóveis, da queima da cana, do metano dos lixões, onde se acumulam os resíduos de uma cidade, estavam aquecendo o planeta, vieram os céticos afirmando de forma categórica que isto era farsa. Agora não mais se tem duvida de que eles estavam corretos, e que o clima no planeta está ficando completamente diferente do que era no passado, com chuvas cada vez mais esparsas e concentradas, muito fortes, causando enchentes e desastres naturais como nunca se viu em nosso país.

A seca está maltratando nossa agricultura, fazendo com que cada vez mais produtores rurais busquem na irrigação uma garantia de uma boa colheita, já não agüentam mais ficar esperando por São Pedro. As notícias na TV e jornais sobre calamidades mostram que, mesmo se tomarmos medidas efetivas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o clima já mudou. Faz-se necessário que encontremos formas de conviver com esta nova realidade: de um lado, falta de chuva, causando estresse hídrico na agricultura; de outro, chuvas cada vez mais concentradas e fortes.

Nossas cidades não foram projetadas para esta nova realidade, e providências urgentes devem ser tomadas pelo Poder Público para convivermos com esta situação, minimizando mortes, em especial da população mais pobre. As construções mais simples, muitas vezes feitas próximo aos rios e embaixo de barrancos, foram toleradas durante décadas pelos governantes, que assistiam ao crescimento destas construções com tolerância irresponsável.

As fortes chuvas de agora transbordam rios, inundam casas, derrubam barrancos, matam inocentes, sob olhar dos políticos que nada fazem para mudar este quadro, a não ser nos momentos de tragédia aparecerem na imprensa afirmando com a cara dura que “estamos tomando providências”.

Os engenheiros civis têm que começar a pensar nesta nova realidade, reaprender a projetar as redes de drenagem, baseadas nas atuais taxas de precipitação pluvial, e não mais nas tabelas históricas, que hoje já não valem mais. Creio que está principalmente na mão dos engenheiros buscar novas soluções para os novos tempos, de forma a adaptar as cidades ao clima doido que estamos vivendo.

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