O outro lado da vida

A porção biológica da Terra é algo para o qual todos temos de despertar

por Fernando de Barros

A maioria das pessoas vive a ilusão de que o Planeta funciona exclusivamente como um sistema físico, no qual as condições climáticas adequadas permitiram o surgimento e a manutenção da vida. Na realidade, a Terra possui outro sistema vital, o biológico. Um depende do outro, e os dois são intimamente interligados.

Os níveis anormais de gases do efeito estufa na atmosfera em relação aos da era pré-industrial causaram um aumento de 0,75 grau na temperatura do Planeta. Esses gases são conseqüência dos distúrbios promovidos pelo homem na biologia do Planeta: da queima simultânea, em toda a Terra, de produtos provenientes da biologia antiga, como carvão, petróleo e gás. Também são resultantes, em quantidade igual, a destruição e a degradação de ecossistemas modernos.

Esta reflexão é de autoria do biólogo americano Thomas Lovejoy, membro do Centro H. John Heinz III para a Ciência, Economia e Meio Ambiente.

Com a formação de engenheiro que recebi no colégio e na universidade, também sempre acreditei que tudo funcionava na Terra como apenas um sistema físico, e minhas ações se baseavam neste princípio. Agíamos, então, com o maior bom senso possível, porém não tínhamos conseqüência de nossos atos em relação à natureza e todo o sistema biológico existente.

Somente quando cursei o MBA de Planejamento e Gestão Ambiental e tive aulas sobre Biodiversidade acordei para esta importante questão. Percebi que, como engenheiro, teria de mudar minha forma de agir e de pensar.

Achava que os que reclamavam da construção de uma hidrelétrica não tinham razão, afinal precisamos de energia elétrica. Eu não estava vendo o lado biológico – a implantação de uma hidrelétrica inunda uma grande área, destruindo uma biodiversidade que levou milhões de anos para se estabelecer naquele local.

É o que vai ocorrer no caso da Hidrelétrica de Mauá, em construção no Rio Tibagi.

Creio que os cursos de Engenharia deveriam complementar a formação dos novos profissionais mostrando a eles a visão moderna, do desenvolvimento sustentável. Diria a norueguesa Gro Harlen Brundtland, que cunhou a palavra sustentabilidade e a definiu da seguinte maneira: “Trata-se de encontrar uma forma de desenvolvimento que atenda as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das próximas gerações de suprir suas próprias necessidades”.

Estamos no Século XXI, temos que agir e pensar como no Século XXI, aprendendo com os erros do passado, sem cometê-los novamente, sob pena de comprometermos a qualidade de vida das futuras gerações.

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