PVC, um mal desnecessário

É o plástico mais perigoso em todos os estágios de sua vida

Fernando de Barros

Os plásticos são reconhecidos como um problema no mundo todo. Começa pela extração do petróleo necessário para produzi-lo e termina com os detritos que flutuam em nossos oceanos. Mas alguns plásticos são mais problemáticos que outros. O PVC (cloreto de polivinila), chamado às vezes de vinil, é o mais perigoso em todos os estágios de sua vida: da produção na fábrica, passando pelo uso em nossas casas, escolas, hospitais e escritórios, até o descarte em aterros sanitários ou, pior ainda, em incineradores. É também um plástico barato e versátil, o que explica por que continua a ser tão usado, apesar dos impactos negativos na saúde ambiental. Os produtos feitos a partir do PVC são baratos, e posso citar como exemplo os forros que estão em muitas indústrias, escritórios e hospitais.

Ao longo dos vários estágios da produção do PVC, o gás cloro é usado para produzir dicloreto de etileno, convertido em monômetro de cloreto de vinila, por sua vez convertido em PVC. Todos os componentes são terrivelmente tóxicos. Estudos revelaram altas taxas de doenças, com câncer no fígado, no cérebro e no pulmão, além de linfomas, leucemia e cirrose hepática, entre as pessoas que trabalham nas instalações que operam com cloreto de vinila.
O processo de produção de PVC também libera grande quantidade de poluição tóxica, inclusive dioxinas, que permanecem no ambiente, transpõem grandes distâncias, acumula-se na cadeia alimentar e causa câncer e danos nos sistemas imunológico e reprodutivo.
Além disto, o PVC, em sua forma mais pura, é um plástico quebradiço e de utilização limitada, necessita de outros elementos ou aditivos que o tornem flexível e permitam a expansão em seu uso. Entre eles há metais pesados neurotóxicos, com o mercúrio e o chumbo, e produtos químicos sintéticos como ftalatos, conhecidos por causar doenças reprodutivas e suspeitos de causar câncer.

Na Espanha, mais de sessenta cidades já foram declaradas livres do PVC, e 274 cidades alemães impuseram restrições à circulação do produto. Muitos governos se concentraram em combater a presença de ftalatos em brinquedos de PVC. União Europeia, Japão e México, entre outros países, adotaram restrições ou proibições ao uso do plástico. Nas construções que buscam a certificação internacional, deve-se evitar o uso de tubos e eletrodutos de PVC.
Parte deste texto foi extraído do Livro “A historia das Coisas” de Annie Leonard e nos faz refletir sobre os produtos que, se facilitam nossa vida, também causam grande poluição e, consequentemente, problemas de saúde nas pessoas. Temos que fazer a escolha correta.

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