Bolsa de valores ambientais negocia créditos de logística reversa de embalagens

BVRio e Grupo Boticário iniciam operações ambientais por meio de plataforma eletrônica

reciclavel reutersA BVRio e o Grupo Boticário deram início, na última sexta-feira (25), às negociações de crédito de logística reversa de embalagens, por meio da BVTrade, plataforma eletrônica da bolsa de valores ambientais. A previsão é que o volume de créditos adquiridos pela empresa atinja 1.200 toneladas ao longo dos próximos dois meses. A BVRio é uma instituição responsável por criar mecanismos de mercado que facilitam o cumprimento das leis ambientais.

Este sistema permite que empresas de todo Brasil contribuam para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), ao mesmo tempo em que promovem a inclusão dos catadores no processo. Estes, por sua vez, passam a receber o pagamento pelos serviços prestados ao meio ambiente.
noticia-logistica-reversaO presidente executivo da BVRio, Pedro Moura Costa, explicou que, na prática, as cooperativas de catadores vendem materiais como papel, plástico, vidro, metal, entre outros, para um reciclador. Para comprovar a venda destes materiais, é emitida uma nota fiscal eletrônica. Na sequência, com base no valor da nota, são emitidos créditos na BVRio, os quais são vendidos às indústrias que iriam realizar a logística reversa das embalagens dos produtos que fabricam. A renda obtida com a venda dos créditos é paga aos catadores.
Neste contexto, Costa esclarece destinar corretamente as embalagens, as empresas teriam que criar um departamento novo de gerenciamento de resíduos. “Isso é caro. A compra de créditos simplifica o cumprimento de lei por parte das empresas’’, disse. Além do Boticário, a fabricante de biscoitos Piraquê também entrou na bolsa. Tanto a Associação Nacional da Indústria de Biscoitos, quanto a Associação Brasileira das Indústrias de Massas já demonstram interesse na ação.
De acordo com Moura, cerca de 20 milhões de toneladas de resíduos precisam ser retiradas do meio ambiente todos os anos. “Se conseguirmos dois milhões de toneladas no primeiro ano deste trabalho na bolsa, estaríamos bem felizes’’, disse. “Nosso objetivo é contribuir, de forma efetiva, com o desenvolvimento da sociedade e a proteção do meio ambiente’’, declarou o presidente do Grupo Boticário, Artur Grynbaum.
Para a ambientalista e integrante do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), Zuleika Nycz, o País ainda não tem um mercado maduro para operações como estas. Ela também afirmou que o Brasil está despreparado tecnicamente para certificar as recicladoras.
Com informações da Folha de Londrina

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