Resíduos de confinamento

Compostagem e biodigestão: duas opções para se tratar adequadamente os resíduos de confinamento  animais

por Fernando de Barros

Nas propriedades rurais, em geral, há grande produção de resíduos orgânicos, provenientes da criação de gado em confinamento, de suínos, aves ou outros animais. Estes resíduos têm que ser tratados adequadamente antes de serem descartados. Caso contrário, causam grande poluição nos corpos hídricos.

Os peixes respiram como nós. Precisam do oxigênio que está dissolvido na água em pequeninas bolhas.

Por outro lado, a matéria orgânica, quando lançada no corpo hídrico, é logo alvo das bactérias aeróbicas, que retiram o oxigênio da água para viver e procriar. Quanto mais as bactérias comem, mais se procriam e, conseqüentemente, mais precisam de mais oxigênio.

Com pouco oxigênio, os peixes sofrem o mesmo que nós sofreríamos caso estivéssemos em um lugar com pouco ar – ou seja, teríamos enorme dificuldade para respirar, ficaríamos fracos e poderíamos morrer. É comum, infelizmente, lermos notícias sobre mortandade de peixes por causa do lançamento irregular de esgoto em rios e lagos.

Na criação de gado em confinamento, não se deve simplesmente amontoar os dejetos em um local. Se assim for feito, as chuvas vão carrear esses dejetos para o rio mais próximo, gerando poluição e reduzindo drasticamente o oxigênio necessário aos peixes e às plantas aquáticas.

Para evitar isso, há pelo menos duas opções. A primeira é fazer a compostagem dos dejetos em local próximo do confinamento, dispondo-os em leiras que devem ser revolvidas com frequência para que as bactérias com oxigênio se proliferem e consumam aquela matéria orgânica. Neste caso, é preciso fazer uma vala de drenagem para impedir que os resíduos sejam carreados para o rio mais próximo. O que vai restar da compostagem, depois de 90 dias, é um adubo de alta qualidade que poderá ser lançado ao solo como fertilizante.

Outra opção é a utilização de biodigestores. Para isso, é preciso dispor os dejetos do confinamento e a água da limpeza em grandes reservatórios. A digestão dos dejetos pelas bactérias vai gerar gás metano, que por sua vez vai gerar eletricidade para a fazenda. Além do que o material, após a digestão, também poderá ser utilizado como fertilizante.

Nos dois casos, a alternativa à poluição dos rios é a obtenção de adubo de qualidade. Em relação ao uso do biodigestor, haverá ainda a geração de eletricidade para a fazenda. Ambas as opções, portanto, trazem economia e ganhos para o produtor rural. Então, por que continuar poluindo os rios? Uma boa semana a todos!

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