Inventário de emissões de GEE é diferencial na hora dos negócios

Em busca de novos clientes, mineradora de Colombo – PR recorre à consultoria da Master para elaboração de inventário

Inventário de emissões de GEE é diferencial na hora dos negóciosPara atender ao pedido de um cliente de primeira linha, a indústria de mineração de calcário, Irmãos Mottin Ltda localizada em Colombo, região metropolitana de Curitiba – PR, contratou a consultoria da Master Ambiental para elaboração do Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEEs). O diagnóstico quantificou as emissões de gases causadores do efeito estufa pelas atividades da mineradora.

O processo produtivo da empresa, há cerca de seis décadas no ramo, envolve a exploração e beneficiamento de minérios com vistas à produção de cal e outros derivados, além do seu transporte e fabricação. Dentre os produtos comercializados, estão o calcário agrícola, a cal virgem, a cal hidratada, a cal de pintura e o cal fino.

Os responsáveis pela mineradora visualizaram na elaboração do inventário a possibilidade de atrair novos clientes. “A questão ambiental está em evidência, então a empresa que se preocupa em potencializar isso, muda seus procedimentos, investe no próprio negócio e contribui com o planeta”, ressalta o gerente da mineradora, Edson Mottin.

A consultoria iniciou os trabalhos em janeiro em parceria com o Prof. Doutor Carlos Roberto Sanquetta. Uma série de etapas foi cumprida durante cinco meses até a conclusão do diagnóstico. A primeira fase incluiu as visitas no local, além a realização de um workshop para apresentar as diretrizes do inventário para a diretoria.

Na sequência, foram levantados dados de cada atividade da empresa para calcular as emissões e elaborado um relatório com as informações obtidas e as recomendações para a redução das emissões. O ano base foi 2012. A metodologia baseia-se no GHG Protocol e no Painel Intergovernamental de Mudanças do Clima (IPCC). O IPCC é um organismo internacional que reúne especialistas em mudanças climáticas, que foi criado pela UNEP (Programa Ambiental das Nações Unidas) e pela WMO (Organização Meteorológica Mundial).

As emissões foram classificadas em emissões diretas, relativas às atividades da própria indústria, como a produção da cal e os veículos da frota da empresa; emissões indiretas, oriundas da compra de energia; e emissões indiretas não controladas, como terceirização de serviços.

A estimativa total das emissões da mineradora em 2012 foi de 51.302,48 tCO2e (toneladas de carbono equivalentes, unidade padrão para essas emissões). Desse total, mais de 99% se referem às emissões diretas, aproximadamente 0,35% às indiretas, e apenas 0,03% às emissões indiretas não controladas.

De maneira específica, as maiores emissões diretas são o processo de calcinação (91,38%) e de explosão de minas (2,61%), principais processos produtivos da mineradora. Também foram identificadas como fontes de emissão direta, em menores números, tal qual a queima de óleo diesel (por gerador e frota de veículos).

Para o gerente, os resultados foram dentro do esperado. “As produtoras de cal têm um alto consumo de lenha”, reconhece, mas chama a atenção para o fato de a indústria manter, há cerca de 50 anos, áreas reflorestadas, cuja finalidade é de reserva florestal e suprimento de lenha para os fornos. “Elas estão em Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Colombo e Rio Branco do Sul, e juntas somam aproximadamente mil hectares”, calcula.

A utilização de lenha e também serragem na produção de calor, considerada como biomassa, evita que o equivalente a 35% do total de GEE emitidos, um montante de aproximadamente 28.059,78 tCO2e, seja acrescentado à atmosfera. Essa emissão da queima de biomassa, considerada “carbono neutro”, é capturada pelo processo de fotossíntese e, portanto não compõe o número final de emissões de GEE da empresa, sendo considerada separadamente das emissões diretas e indiretas.

Segundo o Engenheiro ambiental da Master Ambiental, Augusto Tavares, a equipe que trabalhou no projeto concluiu que um dos pontos positivos é a existência das florestas mantidas pela empresa que pode compensar sua própria emissão, porém essa realidade ainda precisa ser apurada por meio de um inventário florestal partindo do princípio da diminuição da quantidade de GEE emitida. O estudo também apresentou que o potencial de redução das emissões do caso da mineradora é pequeno porque 91% das emissões estão no processo produtivo, que é inalterável. No entanto, há oportunidades de melhoria que foram sugeridas em um relatório entregue a mineradora.

O engenheiro enfatiza que o inventário de GEE é uma tendência de mercado que deve ser utilizada como ferramenta de gestão para as empresas e para demonstrar a redução das emissões, é importante que o inventário seja realizado anualmente.

O inventário é o primeiro passo para que as indústrias reduzam suas emissões e é obrigatório no Licenciamento Ambiental de determinadas atividades potencialmente poluidoras nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

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