Destino de pilhas e lâmpadas

Precisamos devolver produtos usados no comércio, para que funcione a Logística Reversa

Por Fernando de Barros

Um grande número de alunos me pergunta nos cursos que ministro pelo Brasil sobre resíduos: o que devo fazer com as minhas pilhas e lâmpadas fluorescentes queimadas; deixo na calçada para a Prefeitura recolher? Coloco no lixo reciclável ou no rejeito? E o meu computador velho, minha geladeira antiga ou meu fogão que já não acende mais? O que eu devo fazer?

A nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), já regulamentada pelo ex-presidente Lula, responsabiliza os fabricantes, comerciantes e consumidores pela destinação adequada dos resíduos.

O principio básico da lei é: quem gera o resíduo é responsável por sua destinação adequada. Logo, todos somos responsáveis, desde quem fabrica, quem vende e quem usa. Isto se chama Logística Reversa, processo em que toda a cadeia tem responsabilidades na destinação adequada dos resíduos.

A partir de agora, quem fabrica um produto precisa se preocupar com a reciclagem quando aquele item já não tiver serventia para o consumidor. Quando o produto é projetado, é preciso considerar seu descarte futuro – isso se chama ciclo de vida do produto.

Nós, consumidores, devemos fazer nossa parte e devolver no comércio nossas pilhas usadas, lâmpadas fluorescentes queimadas e eletrodomésticos. A partir daí, o comerciante vai se entender com o fabricante para saber como proceder. Para isso, é importante que o consumidor guarde a nota fiscal para comprovar que o produto foi adquirido em determinada loja – mesmo local onde será devolvido ao final de seu uso.

Esta cadeia de responsabilidades está demorando a engrenar, pois o consumidor não sabe quais são os seus direitos, o comerciante ouviu falar do assunto, mas o fabricante não deu nenhuma instrução, e o fabricante dá uma de morto e fica quietinho torcendo para se esquecerem dele. Por isso, a lei está demorando a pegar, com se diz no popular.

Esta situação só vai mudar quando passarmos a exercer nosso direito e devolvermos no comércio estes produtos.

Neste momento, o comerciante vai falar: Não quero isto não, não sei o que fazer, ninguém me instrui a respeito, em seguida telefona correndo para o fabricante que diz que ainda não está preparado para receber os produtos cuja vida útil já chegou ao fim e fala com o comerciante para tentar contornar o problema. E nós os consumidores ficamos com cara de bobo.

Temos que mudar isso! O caminho é exercer nosso direito e dizer “o senhor vai ficar sim como minhas pilhas e lâmpadas fluorescentes queimadas; se não as receber vou à Promotoria de Defesa do Consumidor reclamar”. Exerça o direito conferido pela lei. Devolva no comércio que o problema passa a ser de quem o fabricou. Só a assim a Logística Reversa vai efetivamente começar a funcionar!

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